Em qualquer dicionário você encontra a seguinte definição para a palavra movimento: ato de mover ou mover-se; agitação; evolução. Depois de quatro anos nas bancas da faculdade e da militância diária, me peguei a pensar nisso. No movimento. E na continuidade dele.
Há uma semana me aventurando no mercado que tanto critiquei e critico até hoje, comecei a ter as minhas primeiras observações, frustrações e esperanças... Comecei a entender que a lógica desse mercado hegemônico é essa mesma, não sei por que fui me surpreender. Que existem profissionais que sabem falar sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo. Esses que às vezes, não conseguem enxergar para além da notícia propriamente dita. E me frustrei ao pensar: será que depois de anos questionando, me agitando, tentando mover essa realidade coletivamente, cederei à pressão dessa lógica injusta?
Ontem ganhei um presente, simples, simbólico, mas que me fez ter esperanças. Que me fez lembrar quem eu sou e o porquê de estar aqui hoje, fazendo o que aprendi. Comunicar. Para o povo, pelo povo. Não vou abraçar o mundo, mas vou continuar me movendo para transformar essa realidade, que não é só minha. Por que eu sei que como eu, outros toparão essa jornada. Como já dizia Carlito Maia: “Nós não precisamos de muita coisa. Só precisamos uns dos outros.”
Às vezes recebemos conselhos de pessoas que estão aqui há mais tempo, mas não compreendemos de imediato a importância dessas palavras. Hoje, lembrei de algo que uma companheira, um dia me disse: “A militância não se restringe a faculdade. Vai para além dela. Vai para a vida toda.”
E nas observações na minha nova agenda, escrevi: Nunca esquecer daquilo que você se propôs. Sempre sentir. Sempre ser. Sempre amar. Da luta, não me retirar...
No dia em que eu não mais sentir, amar e lutar me enterrem, por favor. Pois estarei morta.
Parabéns pelo texto! Simplesmente emocionante para quem de fato capitou a mensagem.
ResponderExcluir"Me atiro do alto e que me atirem no peito: da luta não me retiro."
ResponderExcluirBelíssimo texto!